Sementeiras em Setembro

Diz-se: "Em Setembro planta, colhe e cava que é mês para tudo." Enfim, não nos bastará colher o que ainda vamos tendo, como devemos plantar e ainda preparar a terra... Uma fartura. Para as sementeiras de Setembro, e a ajuizar pelo que nos diz o Borda D'Água, temos muito por onde escolher:

Semear ao ar livre e em local definitivo:
agrião, cenoura, chicória, feijão, nabo, rabanete, repolho e salsa.

Semear em canteiro:
acelga, alface, alho-porro, cebola e tomate.

Com as primeiras chuvas, plantar morangueiros e regar até que peguem. De acordo com o bonito e sempre maravilhoso guia da Casa César Santos, as sementeiras de Setembro são:

acelga, alcachofra, alface, alho-francês, beterraba, cardo, cebola, cenoura, chicória, coentros, ervilha, espinafre, fava, nabiça, nabo, pastinaga, penca, rabanete, repolho, salsa.

Desta vez, não vou seguir qualquer sugestão destes guias e vou plantar couve penca - para que chegue ao Natal a tempo de enfeitar o prato de bacalhau - e brócolos - porque sim, porque diz que é muito bom. Comprei estas couves na Feira de Espinho, como dei anteriormente conta. A barriga da avó da S. coabita saudavelmente apenas com a couve penca mais clara, e como espero que ela venha a comer alguma pelo Natal, tive o cuidado de a pedir assim à comerciante.

Brocolos e couves penca

Segundo me explicou, há algumas variantes de couve penca. Falou-me em couve penca mais clara, em couve penca mais escura e em penca tronchuda... Variedades de couves é coisa que não falta no mundo agrícola. Juro, se tivesse campo e engenho para isso, plantava-as a todas. Como não tenho em quantidade nem um nem outro, tento escolher couves relativamente consensuais. Por exemplo, foi a S. que quis os brócolos. São excelentes para a sopa. E a pequena vai adorar. Repito, para que não haja confusões: vou plantar couve penca e brócolos; quero com isto dizer que não vou semear, que isso trata-se com recurso à semente, e não é disso que falamos. Antes falássemos em plantações de Setembro; assim mais correto seria.

Obviamente, as atenções setembrinas, no que à agricultura e à horticultura diz respeito, estão focadas nas vindimas. Todas as vontades e todas as energias confluem para as vinhas, para os baldes e para as tesouras que cortam laboriosamente os cachos de uvas. Por todo o lado ouve-se o roncar dos tractores e o riso matinal das mulheres e dos homens, enchendo os terrenos vinícolas de uma alegria que dura o tempo de um estertor. Logo de seguida, a vinha será abandonada ao rumorejar do podar e da recolha das vides, e por fim ao silêncio frio da chuva. É uma celebração curta mas intensa. Setembro é assim.