Nunca tinha reparado, percebi-o noutro dia em passagem por um horto: as árvores são caras. Caríssimas. Para mim, o preço de uma árvore era o preço de um caroço semeado na terra. Parece que não. No mundo real, aquele em que os adultos obrigam as crianças a viver, as árvores são objectos caros. Custa-me compreender isto. As árvores deviam ser oferecidas a quem as quisesse plantar e se oferecesse para cuidar delas para a vida. É uma grande responsabilidade. E às grandes responsabilidades o dinheiro não chega, vale-lhes apenas o carinho e as emoções positivas com que todos os humanos nascem dentro do peito. Vem isto a propósito do meu pessegueiro. Que comprei. Sim, num supermercado. Não foi num horto. Eu digo em qual: no Pingo Doce. Quando as árvores adormecem com o frio do Outono ou do Inverno, são vendidas aqui e com um preço que as torna mais próximas de nós. Enfiei-a no meu carro, abri-lhe um buraco a custo na terra da horta, dei-lhe por companhia tudo o que é flor e ele agradece-me crescendo em folhas. Diz que é maracotão (julgo ser assim...) e quando for maior frutificará pêssegos em Julho. Está assim, como se pode ver na imagem. Tenho tido o cuidado de o visitar e acompanhar-lhe o crescimento, arrancando-lhe os raminhos mais baixos para que cresça com toda a força. Pode acontecer que para o ano noticie os primeiros frutos. E se assim não for, não faz mal. Temos muito tempo.
Também acho que devia haver um serviço nacional da árvore. Texto bonito.
ResponderEliminarClaramente, :)
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