As curgetes entraram em velocidade de cruzeiro, ou lá como se diz, e não me refiro ao cruzeiro que afundou num destes anos no Mediterrâneo. A cada par de dias aparece uma, meio maluca das coisas da terra, e grita que está ali. Coisinha muito má que plantei foram os tomates cereja. Aquilo veio num vaso muito bonito e parecia mais destinado a marquises do que aos horrores da horta. Assim era. Contavam com o solzinho cândido da manhã, filtrado pelo vidro-fosco-parolo, e apanham com uma torreira de calor e baldadas de água no lugar de um fiozito de água vertido por um regadorzinho cor de rosa (isto leva hífenes?) comprado no Ikea. Conclusão: uma desgraça. O tristes nunca pariram tomate que se visse. Os que vieram foram os que ficaram. Amareleceram e depois avermelharam. Nada mais que isso. Novas folhas? Viste-le-zi-as! Nem uma para amostra. Deve ter sido da decepção. Eu também fiquei desiludido. No ano passado, plantei um pé de tomate cereja e aquilo deu que se fartou. Toneladas e toneladas de tomatinhos. Quilos, pronto. E este ano? Sai-me esta coisa. Não volto a cair na asneira. Não quero mais meninos de estufa na minha horta. A minha horta é só para plantas com barba rija. Também começaram a dar os pimentos padrão. Apanhei uns que aquilo, valha-me Deus, tem um tamanho que assusta. Eu estou habituadinho a pimentinhos, pimentos padrão assim é coisa que desconheço. Ou desconhecia. Quando olhei para eles pensei: alto lá que isto é coisa brava! Afinal não era coisa brava. Pouco picavam. Caramba. No que diz respeito a pimentos padrão eu gosto de desafios. Afinal era só tamanho. Por fim, resta-me falar do coitado do pepino. Pepino. Eu gosto da palavra pepino. Lembra-me o Senhor do Anéis, havia uma personagem com um nome semelhante. Voltando ao pepino. Maravilhoso. Sal e azeite fica-lhe tão bem. Tenho só um pé, uma planta, e tenho para mim que esta semana colho mais. Tem de ser.
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