2 de maio, dia de Primavera. Lá fora não cai chuva, lá fora uma brisa quente percorre a areia. Café da praia. As ondas salgadas encontram as tranquilas rochas fúnebres. Os cantos enchem-se de flores e bicharada. Mas vamos ao assunto. Muita coisa nos passa pela cabeça quando o pouco nos enche as ideias. Em alturas assim, lembramo-nos de começar um blogue, um blogue a sério, um blogue que perdurará no tempo e, provavelmente, que encontrará o seu destino final nas fronteiras do Universo, quando todos os seus textos receberem o carimbo da imortalidade - espécie de património imaterial da humanidade, útil para que os extraterrestres e toda essa bicharada que polula os 4 ou 5 cantos do espaço inter e intra galáctico, como pulgas no pêlo de um Bobi sarnento, nos possa identificar a nós e aos nossos costumes. Afinal, haverá algo mais relevante para um bicho ET do que saber o registo e os movimento da enxada na terra numa aldeia chamada Olival, logo ali nos Carvalhos? Já esgotei muitas hipóteses de blogues, muitos temas que ficaram escondidos por aí em blogues que nunca ninguém verá (felizmente). Não poderei garantir que este não terá o mesmo destino. Neste momento apenas escrevo porque a minha mulher ensaia um artigo para uma revista . E que digo eu? Voltemos ao assunto, que o mar, sendo paciente, poderá enervar-se com tamanho arredondamento de letra. Hoje é o dia seguinte. Ontem plantámos as nossas primeiras fiadas de plantinhas directamente na terra. Ocupamos um terreno dos avós da minha mulher que se dizia cansado de esperar que alguém o estrumasse. Menos cedo do que o desejável, entrámos em procissão, salvo seja, pela feira dos Carvalhos - sempre às quartas-feiras -, comprámos um cento de cebolo, 20 alfaces, brancas e roxas, pimentos, verdes e vermelhos, meloa, courgettes, e aquelas coisas roxas que me esquece sempre o nome. Beringelas! Raio das beringelas! Pelo caminho ainda vimos a D. Fátima com a aceleração costumeira, rodeada de clientes, e assistimos a um banho de gipsy fashion. A B. fazia birras e irrequietudes pelo caminho, ora queria ver, ora queria parar, ora queria chão, ora queria colo, ora queria, ora não queira. A minha linda B. Demos a primeira enxadada na terra já passava do meio-dia. O avô da minha mulher fez questão de nos mostrar como se fazia, até que se cansou, dois regos de cebolo depois, e se sentou na sombra. Sequência: abrir rego, estrumar, plantar, cobrir o rego. Finalmente, regar. Terminámos por volta das 16, a minha mulher foi uma valente, a menina cirandou por ali como uma borboleta contente. Brevemente, voltaremos lá para regar.
Olá
ResponderEliminarComo prometido no outro post...vou ler e comentar.
Para já, parabéns pela prosa.....e quero realçar a importância do dono do blog responder aos posts ( como o fez prontamente no meu anterior post)
Sem feedback, dificilmente estas coisas da Net funcionam.
Cumprs
Augusto
Eu respondo sempre. Boas leituras, Augusto.
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