Pode ser de mim e dos meus ossos, mas sinto Setembro na pele. Há um leve e subtil esmorecer no vento quente, um cheiro indecifrável no ar, um minuto a menos na luz, uma refracção mínima. Será Setembro. Não sei. Ontem, pela primeira vez, e tirando a colheita dos tomates, senti que a horta de verão caminha para o fim. Terá atingido o seu glorioso auge pela metade de Agosto e agora decai poucamente. Em breve, entraremos nas vindimas e todas as atenções rurais se virarão para as vinhas. E na horta de verão sobrará pouco mais do que um tomate solitário, um pimento teimoso e um pepino amarelento. Os feijões entregarão as armas, conjuntamente com o colorido do fruto, e um ar frio pairará sobre as couves. Nessa altura, e só nessa altura, os nabos clamarão vitória. E voltemos à horta, deixando os arredondamento líricos e patetas para trás, afinal a horta não se planta e cuida como quem escreve um decassílabo. Colho, por regra, às terças e às sextas-feira. Como tal, ontem, sexta-feira, foi dia de colheita. Resolvi poupar nos pimentos, para que amadurecem indubitavelmente (mantenho bastantes reservas em relação às minhas qualidades de apanhador de pimentos...); deixei também de lado os feijões, porque, quer parecer-me, terão ultrapassado o tempo de maturação que ao feijão verde é permitido, e daqui para a frente apenas apanhar para grão me será permitido pelos deuses da horta; poupei também nas beringelas, embora algumas me tivessem piscado o olho. Tomate coração-de-boi, tomate cereja, curgete, pimentos padrão, e apenas um ou outro feijão verde mais afoito. Eis o que me calhou em sorte. E foi muito bom. É Agosto acenando adeus.
Setembro
Pode ser de mim e dos meus ossos, mas sinto Setembro na pele. Há um leve e subtil esmorecer no vento quente, um cheiro indecifrável no ar, um minuto a menos na luz, uma refracção mínima. Será Setembro. Não sei. Ontem, pela primeira vez, e tirando a colheita dos tomates, senti que a horta de verão caminha para o fim. Terá atingido o seu glorioso auge pela metade de Agosto e agora decai poucamente. Em breve, entraremos nas vindimas e todas as atenções rurais se virarão para as vinhas. E na horta de verão sobrará pouco mais do que um tomate solitário, um pimento teimoso e um pepino amarelento. Os feijões entregarão as armas, conjuntamente com o colorido do fruto, e um ar frio pairará sobre as couves. Nessa altura, e só nessa altura, os nabos clamarão vitória. E voltemos à horta, deixando os arredondamento líricos e patetas para trás, afinal a horta não se planta e cuida como quem escreve um decassílabo. Colho, por regra, às terças e às sextas-feira. Como tal, ontem, sexta-feira, foi dia de colheita. Resolvi poupar nos pimentos, para que amadurecem indubitavelmente (mantenho bastantes reservas em relação às minhas qualidades de apanhador de pimentos...); deixei também de lado os feijões, porque, quer parecer-me, terão ultrapassado o tempo de maturação que ao feijão verde é permitido, e daqui para a frente apenas apanhar para grão me será permitido pelos deuses da horta; poupei também nas beringelas, embora algumas me tivessem piscado o olho. Tomate coração-de-boi, tomate cereja, curgete, pimentos padrão, e apenas um ou outro feijão verde mais afoito. Eis o que me calhou em sorte. E foi muito bom. É Agosto acenando adeus.
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