Por estes dias, e depois de encontrar os tomates cereja roídos pelas lagartas, dei comigo a pensar na relação que mantenho com as minhas couves. Correndo o risco de parecer ridículo, e sendo-o de facto, percebi que detesto as minhas couves pencas. Para mim, sempre foram o elo mais fraco da horta - tortas, amarelecidas, roídas, carregadas de pragas e imperfeitas. Durante muito tempo pensei que terá sido uma péssima ideia plantar tantas couves sem que lhe possa garantir digno préstimo. Depois percebi: tudo o que sentia em relação às minhas couves pencas era completamente imerecido. E também percebi: a culpa era minha. As desgraçadas das couves não têm culpa da sua condição de couve, da sua condição de fragilidade ao abrir as asas ao vento. A culpa é toda minha, que deveria cuidar do seu crescimento com todo o carinho. A partir de agora estarei mais atento. Nunca mais as vou regar pensando que estou a desperdiçar água. Nunca mais lhes deixarei crescer ervas até que se transformem em cordas de enforcamento. Nunca mais as deixarei abandonadas às pragas sem lhe que lhes dê o remédio como quem cuida de uma criança. Nunca mais. Talvez assim a minha culpa se cale. Ou não grite tão alto.
Olá
ResponderEliminarPor aqui, mais um que se «recusa» a plantar couve penca.
Este ano, optei pela lombarda...e parece que vou ter sorte. :-)
Cumprs
Augusto
Ufa, fico mais descansado. Augusto, também escreve algum blog? Abraço.
EliminarOlá
ResponderEliminarEscrevo em alguns...mas nenhum é «meu».
Cumprs e boa escrita
Augusto