Na quinta dos avós da Sara, onde este que vos escreve tenta cultivar aquilo que, com bastante condescendência, pode chamar-se horta, crescem muitas e diversas flores. Planta sim, planta não, damos de caras com flores ou com um caule que promete estoirar em flor. Mas as flores da avó da Sara têm sobretudo um valor fúnebre. Nascem para falecer na água morna das jarras do cemitério, nas campas dos falecidos. Todas as semanas, cortejos de flores se levantam da terra e percorrem o caminho dos lamentos. É encontrá-las ajoujadas do sol de Maio, olhando tristemente e em clemência para os granitos e os mármores quentes. A estas que vos trago - cujas imagens vos trago - não chegou ainda a vez, e por isso sorriem porque o dia está bonito e parou de chover. Trago-vos as brancas - porque as há de outras cores. Não lhes sei o nome. Sei que umas são rosas, outras sardinheiras e outra é um jarro. Para esta empreitada, o de nomear as flores, fazem-me falta alguns conhecimentos botânicos. Nada de conhecimentos extraordinários. Apenas os suficientes. Calculo que as flores gostassem. As pessoas gostam. E sempre é outro respeito.
sobre esse assunto dos nomes das plantas lembro-me sempre da justificação do Paulo : "Ajuda saber dar nome às plantas, pois quando elas saem do anonimato a paisagem ganha profundidade e ressonância."
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http://dias-com-arvores.blogspot.pt/2012/02/portal-da-felicidade.html
Já agora, a mais desafiante (para mim), fotografia 9 - Consolida ajacis
Olha que bem descrito! E já ajuntei o blog à minha lista. Maravilhoso. Obrigado. E saberá a Rosa o nome das outras flores?, tirando o nome das rosas que essas já as conheço.
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